quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Manifesto Grind

Este é um texto que eu readaptei da banda lord piggy, tirei alguns trechos que achei mal esclarecido e acrescentei mais informações que mostra o que para mim é o estilo musical que chega mais perto do perfeito se tratando de ideologia, sem dogmas pateticos e sem preocupação com estética ou com lucros financeiros, a mais pura essência da arte de se expressar através da música nas últimas décadas.



As bandas de grind e de qualquer subgênero dentro dele, não necessitam estar estampandas em revistas de metal ou fanzines de death metal bem impressos para terem o reconhecimento dos seus ouvintes. As bandas de Grind não se encontram dando autógrafos ou gravando DVDS de orçamento alto. O verdadeiro grindcore, hoje em dia é o ultimo resquício de música extrema realmente underground. Aonde as poses não habitam nem a individualidade competitiva, para ver quem tem o maior amplificador ou o som mais limpo, quem tem mais fãs e faz mais sucesso. Você não precisa se preocupar em fazer um som super técnico ou com uma brutalidade forçada, nem em vestir spykes, couro, ter moicano ou cabelos longos, um fã de grind que se preze não da importancia para essas questões

O Grindcore sub-existe entre mundo do hardcore e do death metal underground (mas realmente quando é mantido assim, ja que as bandas de death metal tendem à fama, turnês mirabolantes e os fãs ao “metal lyfestile” aonde as pessoas os adoram e os querem como deuses em uma fantasia capitalista e absurda). O Grindcore não tem imagem nem marca de roupas, o grindcore (e o ser fã do grindcore) é se manter com a mente aberta a distintos estilos de música extrema de qualquer época, assim como que recebe abertamente influências industriais, ou de jazz livre como se é escutado através de bandas em todas as épocas (inclusive o som blaster do grindcore e a forma de tocar a bateria, tem muito a ver com os primeiros avances de jazz livre no fina dos anos sessenta, recomendo amplamente explorarem o som de Ornette Coleman ou Albert Ayler para entender o que seria se uma banda de grind tocasse instrumentos de jazz ou escutar o “Torture Garden” de Naked City assim como Painkiller com o baterista original de Napalm)...


O grinder é livre de andar como quiser, de ser o que for sem as "frescuras" dos punk crust que querem que todos sejam vegetarianos e anarcos, ao grinder não importa ser fanático pelo terror e pelo sangue, existe os que apreciam a violência, coisas splatter, assim como há os socialmente concientes e os politicamente corretos, uma vez que no Grind há espaço para assuntos sérios como pólitica, ecologia, guerras, filosofia, sociedade, assim como tem pro humor e tambem para temas splatter, reclamamos contra o que não é comumente aceito, no entanto, é aberto para se expressar como quiser, por isso é violento e sujo, e é por isso que é underground e esperamos que se mantenha assim, ja que é pra isso que existe a música extrema, para não ser aceita pelas massas, nem ser boa e muito menos cair nos meios massivos de comunicação. O perigo no Rock'n roll como devia ser, a tão falada rebeldia e a falta de respeito pela autoridade se perdeu hoje em dia no mundo da música extrema. Hoje em dia podemos ir à Amazon.com e encontrar a banda mais diabólica de Black metal e o grindcore (Hoje em dia ajudado por espaços cibernéticos como o Myspace, já que a troca de k7 desapareceu em algum ponto dos anos 90) o que todavia se encontrava de boca em boca, como nos velhos tempos (aqui não contam as bandas que se dizem grind e aparecem na Relapse, Nuclear Blast ou Century Media). Assim como nunca vai ouvir um grinder discriminar o outro por não ter um “uniforme grinder”, por andar careca, por comer carne, por não possuir camisetas com o logo mais ilegivel que se possa existir... Pelo contrário, o grind se abre a novos sons e técnicas, sempre quando se mantenha a essência do que é realmente obscuro, contracultural e underground.

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