sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Falar de militarismo é falar de fascismo, nacionalismo debiloide, Estado (governadores) acima de crianças, velhos, civis. Pra um militar uma estatua de pedra do seu governador tem mais vida que um homem. Quem defende essa merda com unhas e dentes é descedente dos mesmos que exterminaram judeus, escravizaram negros, crucificaram Cristo (se ele assim existiu), estriparam tiradentes, levaram pessoas a inquisição, mataram vários outros que se rebelaram contra os governos opressores,  dominaram regiões, expulsaram pessoas, estupraram mulheres. Os fascistas de hoje são playboys que estupram a empregada e depois obrigam-na a abortar, são os ricões que atropelam pessoas na rua. São os machões que publicam coisas racistas,,machistas e homofobicas no facebook, declaram guerra a esquerda. Sempre vão existir os tiranos, chefes e os militares, soldados, pra defende-los como se fossem cachorros adestrados, desprovidos de qualquer estimulo racional. Pega rex!
As regras para ser um militar, são:
Não ter sentimentos por pessoas que não sejam seus familiares.
Ser Sádico
Homofobico e machista.
Elitista
Estado, Patria , Familia a frente de tudo
Armas, guerras, pra invadir, roubar as riquezas dos outros e poder sustentar seu estado/familia. Mas são sempre os mocinhos. Se os que forem invadidos tentarem se proteger de forma violenta, violentos são, ou como popularizaram, são "terroristas"
Um militar é religioso. É preciso que tenha a prepotencia de acreditar que é filho de um deus. E que está acima de tudo. MILITARISMO FEDE

terça-feira, 6 de março de 2012

Coveiro. - conto

Coveiro.

E então que minha vida foi marcada por ficar jogando terra sobre terra, sobre pessoas, como se não tivessem valor algum, nem as conhecia, mas em sua maioria significavam algo para outras pessoas. Muito choro, o ápice da infelicidade para muitos, e eu, jogando terra. Ia escurecendo, terminava o serviço, retornava para casa, tomava um banho, bebia um copo de café, assistia um filme, e ia dormir para acordar cedo para o trabalho no dia seguinte. Tinha momentos que eu pensava que a humanidade estava em ruínas, penso nisso quando chego a enterrar mais de quatro cadáveres num único dia. Muitos eu fico sabendo que foram em decorrência de assassinatos. Menores de idade, vitimas do trafico, ou da violência das favelas e periferias. As mães desesperadas, chorando como se estivessem possuídas, não queriam aquele caminho para os seus filhos, lógico. Eu acho a vida do crime um ato de coragem, que eu como medroso não escolhi, tenho um trabalho torturante fisicamente e mentalmente, e sou um anônimo na sociedade.


No início não foi tão fácil, mas com o tempo fui me tornando indiferente, embora sempre tenha alguns casos que mecham comigo. Como de uma jovem de rosto apaixonante, com um futuro brilhante pela frente, estava fazendo alguma faculdade, não me lembro qual, e morreu atropelada. É angustiante também enterrar crianças e recém nascidos. O olhar de desolação dos pais me comove, eu não sei se agüentaria esse emprego por muito tempo. Por mais que tenha me tornado uma pessoa fria, sem quase nenhum amigo, e sem muita proximidade com meus familiares, que já faz anos que não os vejo. Por muitas vezes me senti vulnerável e com tendências suicidas. Por sorte encontrei uma pessoa, a Julia, não somos namorados, mas convivemos juntos. A conheci num dia em que ela foi visitar o tumulo do seu avô. Eu a consolei, modesta parte, sou um PhD quando o assunto é morte. Desde então ficamos muito amigos, e fomos nos aproximando cada vez mais. Ela era uma garota muito independente e morava sozinha, assim como eu. Depois que ela viu a minha casa em estado deplorável, me convidou para morar com ela, e vivemos juntos a mais de dois anos, eu ajudo pagando algumas contas, as pessoas pensam que temos um relacionamento, isso me incomoda um pouco. Eu acho ela linda e adoraria me casar com ela, mas nunca havia demonstrado isso. Quando enterro pessoas, não sinto nada, mas imagino como seria enterrar alguém que eu amo, como a Julia, ou até pior, um filho, por isso não quero construir uma família. Não na situação que está o mundo. Não quero também sentir ódio por um possível responsável pela morte dos que amo.

Lembro do dia em que minha mãe veio me visitar, quando eu ainda morava só. Ela disse que conseguirá, através de um amigo, um trabalho para mim, na área de administração, de uma grande empresa, e que eu não precisava mais do meu emprego como coveiro. O salário e as condições de trabalho eram muito melhores, mas eu recusei. Não me vejo de roupas sociais, numa sala com ar-condicionado, congelando-me, e preocupando-me sempre em atingir lucros. Gosto da terra, do cheiro de cadáver, gosto das emoções e da profundeza que é meu trabalho. Não conseguiria aprender coisas, que considero realmente uteis, numa sala de escritório. É uma pena, porque isso estraga qualquer chance minha com a Julia. Ela é engenheira, e pretende ir morar nos EUA em breve, outro motivo pelo qual eu não revelo meus sentimentos a ela.

Nos momentos de folga, gosto muito de jogar vídeo-game. Como a vida seria boa se tivéssemos outra chance, se pudéssemos resetar. Ou será que não? Me pergunto. Não me considero uma pessoa feliz, mas satisfeito, se tivesse uma chance de recomeçar de novo já séria outra pessoa. De um ato mínimo como dar bom dia a uma pessoa, até a destruição de um trauma, tanto faz, todas essas coisas pesam muito, podem nos transformar drasticamente. Quando tenho a sorte de minha folga coincidir com a da Julia, o que é muito difícil pois ela está sempre bastante ocupada, não só com trabalho como com estudos, saímos juntos, gosto de ir a praia com ela no final da tarde, ficamos sentados e conversando sobre nossas filosofias, ela sempre elogia minha maneira de enxergar o mundo, diz que um dia, serei alguém grandioso. Talvez pelo fato de ela ser a única pessoa que tenha me dito isso, e que não me veja como um anônimo sem credibilidade, que eu a ame tanto. No fundo precisamos do ego, de elogios, mesmo eu não gostando de cultivar meu orgulho, mas elogios nos fazem existir.



Nunca fui muito religioso, e após anos de trabalho como coveiro, deixei de lado qualquer crença, vi muitos partirem e seus familiares após engolir o choro falarem: “-Ele está no céu agora, com deus; - Deus tem algo reservado para ele”. Não conseguiria aceitar nunca a morte de uma pessoa querida, é verdade que este mundo é um inferno, uma tortura, os que morrem se livram disso. A crença na vida após a morte conforta as pessoas, elas acreditam que continuarão a existir, o que é ruim, pois não se dá a atenção , não gera uma revolta expressiva, aos que se foram pela fragilidade do sistema em que vivemos.

Semana passada estava chovendo, escorreguei na terra e cai em uma das covas que estava cavando. Apesar de não ter acontecido nada de grave, continuei deitado, ali dentro da cova, imaginando quando vai chegar a minha hora, será que alguém irá vim me visitar? A Julia provavelmente já estará morando nos EUA, quem restará? E se eu tivesse morrido naquele momento em que escorreguei? Os cristãos não percebem que a melhor glória que tem na morte é a destruição da consciência. Seria atordoante, para eu, morrer e está consciente que não consegui realizar as coisas com as quais eu sonhava. Eu ainda tenho esperança na humanidade, principalmente quando tinha dias que não enterrava ninguém. É um tanto quanto hilário como o fenômeno da existência é excessivamente valorizado pela raça humana, mas ressalvo, a existência para eles é respirar, sobreviver, fantasiando nas suas emoções pérfidas, seus entretenimentos fúteis, embalados e egocêntricos. Não à alegria o que existe é o que te vendem como sendo alegria, para você esquecer que está sendo um escravo. A humanidade tem vivido morta. Irônico também, é dar um valor ao nada, à morte. Vi muitos serem enterrados em túmulos belos, e receberem lindas flores nas visitas. Ainda tem os pobres que nem caixão têm, foram assassinados injustamente, e nunca iremos ver seus rostos nos telejornais, mas talvez não seja tão ruim quanto ter sua morte servindo de ibope a esses programas extremamente sensacionalistas que nunca resolvem nada.
Embora eu seja um sujeito anti social, queria muito que, não minha morte, mas minha vida fosse lembrada, queria que pessoas visitassem meu tumulo.
Por muitas vezes me odeio por não conseguir o que idealizo, as pessoas deveriam trabalhar pra que suas vidas não se tornassem meras lembranças mas se tornassem o futuro de outras pessoas, não é uma questão de glória, orgulho , mas contribuir para um mundo menos ruim para as gerações futuras. O que vejo é segregação, as pessoas têm vergonha ou são indiferentes quando a morte é de desconhecidos.


Anteontem eu cometi uma série de atos terríveis, era meia noite, quando eu estava violando uma cova de uma adolescente que havia sido enterrada por mim no dia anterior. Ela tinha cabelos longos, e me lembrava muito a Julia, o cheiro do cadáver estava horrível, mas nem isso me segurou. E então eu comecei a beijar aquele corpo, e penetrá-lo. Só que eu não imaginava que um vigia noturno estaria passando pelo cemitério. Ele viu a cena e ficou horrorizado, me chamou de louco e disse que iria me denunciar, eu fiquei um pouco nervoso, enquanto vestia minha calça, mandei ele se acalmar. Depois me aproximei dele e o golpeei na cabeça com minha pá, ele caiu com o rosto ensangüentado, mas ainda estava acordado e começou a me xingar, as coisas se complicaram, e então eu o golpeei mais três vezes. Foi o suficiente para que ele fosse a óbito. Começou a chover e ventar muito. Eu então enterrei o cadáver dele junto com o da adolescente. Fui para casa, a Julia viu minha roupa melada de sangue e terra, e perguntou espantada, o que havia acontecido. Eu desviei o meu olhar, e me dirige até o banheiro, sem falar uma palavra sequer. Enquanto estava no banho comecei a pensar em tudo que havia feito, e nas conseqüências que aquilo iria trazer, não demoraria até que alguém descobrisse. Não me sentia culpado por nada, o vigia não tinha que se importar com o que eu estava fazendo com aquela garota, ela não tinha mais nada, era só carne. Sai do banho, tremendo, e fui falar com Júlia, menti para ela sobre a parte da necrofilia, disse que tinha violado uma cova procurando objetos valiosos, e então o vigia apareceu. Ela me olhou com medo, mas ao ver meu estado de aflição, me abraçou forte, e disse que não iria me denunciar, e sabia que eu não era uma má pessoa. Comecei a chorar e a contar os sonhos que tinha de construir uma família com ela. Eu previa que meu fim estava próximo, por isso me declarei a ela, e ela disse que gostava muito de mim e nunca entendeu porque eu não havia tentado nada com ela, mas também disse que seria complicado daqui pra frente, que já estava certo sua ida para os EUA, e de inicio não teria condições de me levar junto. Enxuguei as lagrimas do meu rosto e a abracei-a muito forte, nos deitamos ficamos muitos minutos só se olhando nos olhos, depois começamos a fazer caricias um no outro, até chegar ao sexo. Depois de uma hora abraçados , vir-me-ei a ela e falei , que se eu morresse queria que ela tornasse meu espírito concreto após a morte, escrevesse a minha história. Ela ficou brava por eu ter dito isso, mas eu pedi novamente, disse que significava muito para mim, e ela falou que tudo bem.

No dia seguinte aconteceu o que eu prévia alguém tinha avistado o vigia sendo assassinado, e já haviam denunciado a policia. Ainda não sabiam que eu que o havia matado, nem onde ele estava enterrado, mas já estavam investigando,a procura de pistas. Interrogaram-me, e eu disse que estava em casa no horário do ocorrido, e não sabia de nada. Era questão de tempo até que descobrissem tudo. Então comecei a escrever esse texto, e coloquei sobre o travesseiro da cama da Julia, peguei uma corda e fui até o cemitério.

E então que, Alan Renato Ribeiro, foi encontrado morto, enforcado, pendurado numa corda, amarrada à uma árvore, no cemitério. Logo descobriram os crimes que ele havia cometido, a mídia o tratou como um psicopata, mas eu jamais o vi assim. Não queria que ele tivesse se matado, porém o Alan sempre valorizou muito a sua liberdade, e quando soube que seria preso, resolveu dar um fim na sua vida. Alan sempre quis se tornar eterno, ser alguém grande , e reconhecido na humanidade por coisas boas, ele ficou famoso da forma como não queria, para todos ele é um maníaco, um monstro. Mas eu sei que ele ficaria contente, ao saber que pelo menos para mim, Julia, ele foi uma pessoa muito especial, o que aprendi com ele foi eterno, assim como ele é.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Conto: Criando uma nova humanidade

Século XVII, Inglaterra, o júri estava por condenar à exilação vários indivíduos que consideravam perigosos, não só para a Grã-Bretanha como para toda à Europa. Tratavam-se desde ladrões de mercadorias e assassinos, a filósofos e políticos, que estavam se opondo de maneira muito radical à burguesia. Todos seriam então deportados para um único presídio,localizado ao sul da Espanha, que havia acabado de ser construído justamente para aprisionar os criminosos que estivessem num nível muito mais elevado que dos pequenos infratores, impedindo assim que os ensinassem a cometer atentados maiores ou os influenciassem a fazer rebeliões.


Todos então embarcaram num navio, quinze oficiais da coroa britânica, e os oito prisioneiros. Entre os prisioneiros tinha um grande filosofo iluminista de nome Caim; um anarquista chamado Anquevis; um comunista, o Gomero; Killery,um assassino de aluguel, acusado pela morte de várias pessoas. Os outros prisioneiros faziam parte de uma quadrilha especializada no roubo de várias mercadorias e arrombamentos. Um dos oficiais, era irmão por parte de pai do assassino, fato que não se tinha conhecimento por parte dos seus comandantes nem dos outros oficiais, eles conviveram boa parte de sua infância e adolescência juntos, e ele não acreditava nas acusações que caiam sobre os ombros de seu irmão, um rapaz que sempre lhe deu bons conselhos. Enquanto o navio já estava em alto mar à caminho da Espanha, o oficial aproxima-se da cela onde esta seu irmão e promete tira-lo dali. Mas vendo que assim que pisassem em solo espanhol seriam recebidos por mais oficiais e que a situação de seu irmão já não era passível de um novo julgamento, eles então começam a planejar uma estratégia que os tirassem dali. O oficial decide então contar o plano aos outros prisioneiros. Ele iria esperar pela madrugada que é quando tinha um maior numero de oficiais dormindo, e iria até a meia nau do navio, onde tinha armas reservas guardadas. Todos os prisioneiros estavam de acordo com o seu plano, e dele foi dado o voto de confiança aos prisioneiros, que pegou algumas armas e entregou-lhes. Os ladrões, especializados em arrombamentos, sabiam como sair daquelas celas do navio, arrombaram com grande facilidade e depois ajudaram os outros, não necessitando que o oficial se arriscasse a pegar as chaves do coronel que estava abordo.
A ação foi toda muito bem planejada, mataram os oficias que estavam sozinhos, de maneira silenciosa, usando facas, cortando-lhes à garganta, mas um do oficiais viu outro sendo executado, e acionou um alarme, já haviam sido mortos três oficiais até então, os outros logo vieram e foram recebidos com tiro. Talvez muito pelo fato da viagem desgastante, e quando finalmente repousavam num sono profundo foram acordados pelo alarme agudo da sirene,e sem estarem cientes de que os prisioneiros estariam armados com armas e fogo,sendo assim foram mortos facilmente. Apenas dois dos prisioneiros foram baleados, um dos integrantes da quadrilha e Caim, o filosofo. Mesmo com os graves ferimentos no ladrão, e em Caim, todos celebraram a morte dos oficiais, pegaram os suprimentos alimentícios e o vinho que tinha na embarcação e fizeram uma festa. Sem se preocupar com nada.

Ao nascer do sol, viram que seus problemas não tinham terminado, estavam livres no navio, mas não poderiam retornar à suas casas, pois seriam procurados e presos novamente. Gomero então sugeriu que desviassem o rumo do navio para o mais distante possível da Europa, e que deveriam procurar por alguma civilização que ainda não havia se tornado colônia européia. Era a única saída, não podiam ficar vivendo em alto mar no navio para sempre. Mas também a viajem até novas terras seria muito longa. Os suprimentos que tinham no navio eram para uma viagem relativamente curta da Grã-Bretanha à Espanha, e eles exaltados pela euforia da comemoração já haviam consumido 80% daqueles suprimentos. Preocupados, e sabendo que seria impossível economizar aquela pouca quantidade por tanto tempo de viagem, o assassino,Killery, então sugeriu praticar canibalismo com os cadáveres dos oficias, causando espanto de boa parte dos navegantes, principalmente de seu irmão, único oficial que restou no navio. Mas era a única saída, e então todos aceitaram, guardaram os corpos num lugar onde ficassem conservados, enquanto mutilavam um e o preparavam sem o menor remorso. Assim seguiram viagem, economizando o máximo possível de alimentos e água. Já havia sepassado um mês, os oficiais espanhóis achavam que havia ocorrido alguma tragédia com a embarcação e não deram importância, acharam até bom que aqueles criminosos poderiam esta todos mortos.


Os suprimentos já haviam acabado, e o ladrão que recebeu um tiro no confronto com os oficias, depois de resistir na cama por um bom tempo, já não suportou mais as dores e faleceu. Caim, que também recebera um tiro já não corria mais risco de vida, mas ficara paraplégico. Era um homem muito inteligente e forte, e não mostrou se abalar muito com isso. Nos longos e cansativos dias de viagem, eles se distraiam conversando, contando histórias de suas vidas e porque haviam parado ali.
Anquevis , o anarquista, como assim se definia, disse que havia plantado bombas em um banco, matando vários banqueiros, alem de ser o mentor de várias manifestações proletárias. Gomero logo se identificou com Anquevis, por ser um revolucionário que lutava contra a burguesia, mesmo assim não compreendeu o ato terrorista do anarquista. A quadrilha de ladrões, agora apenas três, falavam que eram operários de uma grande fábrica de tecelagem, mas que não entendiam porque trabalhavam por exaustivas treze horas, e não tinham conforto algum, enquanto os donos das indústrias eram fartos, felizes, e trabalhavam tão pouco. Formaram então a quadrilha, e afirmavam que suas vidas haviam melhorado muito, os lucros que obtinham eram repartidos sempre igualmente, e não havia um líder entre eles. Caim falou sobre sua infância, seu histórico acadêmico, os livros que havia publicado, ele era o mais velho entre aqueles prisioneiros, que eram todos muito jovens, com média de idade de 24 anos, Caim era o único que já caminhava para os cinqüenta, inclusive tinha seus livros admirados por Anquevis e Gomero. Os ladrões não eram muito cultos, mas eram bastante espertos. O Assassino, Killery, era bastante educado, calado algumas vezes, mas se dava bem com todos, e então ele confessou seus assassinatos, mais de quinze, seu irmão ficou muito espantado, e se sentiu enganado, porque havia libertado seu irmão, e todos, porque acreditava que Killery era inocente, como ele mesmo se dizia ser. Killery pediu a compreensão de seu irmão, e disse que um dia ele iria entender.

Finalmente eles há vistam terras, e desembarcam numa ilha, muito próxima ao continente africano. De grande diversidade natural, e aparentemente desabitada, tratam logo de colher frutos das várias plantações dali, e capturam alguns javalis, estavam com muita fome, no limite de suas resistências. Depois de recuperadas às energias, decidem explorar a ilha, para ver se ela era habitada. Não chegaram a ver a fundo, mas logo concluíram que eram os únicos humanos dali. Trataram rapidamente de construir cabanas na praia e caminhos levando até os rios que encontraram nas suas explorações. Sem predadores, e com muito alimento, a ilha foi definida como um paraíso, por Caim, mesmo ele já sendo impossibilitado de caminhar, tinha o apoio dos outros que sempre davam total ajuda a ele e o respeitavam muito.


Passou-se um mês, e os ladrões começaram a construir uma nova cabana, essa era muito bem ornamentada, era uma capela. Caim olhou com maus olhos para aquela idéia, mas não comentou nada a respeito, diferente de
Anquevis que protestou contra aquilo, o oficial ficou do lado dos ladrões, dizendo que estavam certos em erguer um “templo” para as orações, que deveriam agradecer e muito a Deus por terem fugido da prisão e terem sido abençoados por encontrar uma ilha tão bela. Anquevis usou todos os argumentos ateístas possíveis para se opor contra aquilo, e teve o apoio de Gomero, mesmo assim não o deram ouvido. Killery então falou que não via problema nos outros construírem aquilo, desde que não achassem que todos deveriam participar, e então, foi resolvido o problema, na conversa, democraticamente, assim como todas as discussões que eles tinham. Já tinha se passado 40 dias, e sem nenhuma briga entre os moradores da ilha, algo talvez inimaginável, considerando que se trata de humanos, e criminosos ainda por cima. As atividades em grupo distraiam a todos, mas eles ainda tinham que satisfazer seus instintos sexuais se masturbando ou com pederastia. Um dia, Gomero e um dos ladrões, foram flagrados, pelo oficial, fazendo sexo no meio do mato, o oficial logo foi falar aos outros moradores da ilha, que não deram importância alguma, exceto pelo os outros dois ladrões, que repudiavam aquilo, pararam de falar com o que era seu amigo e proibiram ele de ir na capela.

Já tinham se passado dois meses, e os moradores da ilha sentiam falta de muitas coisas. Mesmo tendo muita fartura e liberdade, eles queriam mudar algo. Alguns sentiam falta de suas famílias, outros dos seus sonhos de criar uma. Killery então convocou a todos e disse que iria embarcar para terras vizinhas, ele sabia que ali ao lado, não muito distante, tinha terras onde deveriam viver tribos, com mulheres, e que era necessário dar continuidade a existência dele. Gomero gostou muito da idéia, mas que foi questionada por Caim.
- Nós temos o paraíso aqui, podemos viver em paz, e livres até a chegada de nossas mortes. Vocês querem construir uma civilização como a que nos tratou como monstros?
Os outros falaram que ele estava exagerando, e que ele deveria se lembrar como aquela ilha era pacifica e democrática. Então que embarcaram, não todos, apenas cinco, Gomero, Killery,o oficial, e dois ladrões.

Não demorou muito, até que chegaram em novas terras, estavam no continente africano. Após andarem um pouco encontraram uma aldeia africana. Gomero disse que iria negociar com os nativos os javalis que eles haviam trazido da viagem por suas mulheres, não muito atraentes, mas que tinham o que eles queriam. Logo foi atirada uma lança, que passou de raspão por Killery, ele logo sacou sua arma e deu tiros em alguns nativos, puxou as mulheres mais novas pelos cabelos e falou para que os outros fizessem o mesmo, fizeram, com exceção de Gomero, que só observou aquela cena. Eles então levaram cerca de vinte e duas mulheres para a embarcação, e partiram de volta para a ilha que habitavam. No caminho da viagem Gomero não gostou nada das maneiras como ocorreram as coisas, e questionou o comportamento de seus amigos, mas foi xingado de pederasta pelos outros que já estupravam as mulheres que haviam sido seqüestradas.

Chegando à ilha, após dezessete dias fora, logo chamam todos e mostram os “presentes” que trouxeram. Sem muitas conversas, todos aqueles homens que já não conseguiam mais se conter, alguns até partindo para relações homossexuais, contrariando suas crenças, agarraram logo uma mulher, tinham muitas, mais de duas para cada, podiam escolher, trocar. Elas muito assustadas e sem entender a língua daqueles homens brancos, choravam. Até mesmo
Anquevis, um libertário feminista, se juntou aos outros abusando daquelas mulheres. Caim, que já não tinha mais movimentos abaixo da cintura ficou fora disso, e observou com um certo asco por ver a ferocidade dos seus amigos ao se depararem com as mulheres. Ele não era nenhum conservador, muito pelo contrario, também passava longe de ser um feminista, chegando a ser machista certas vezes mesmo que libertário, mas o machismo dele foi destruído depois daquele dia.

Depois da primeira semana com as mulheres africanas, a relação que eles tinham antes com elas, que era só de satisfação sexual, passou a mudar, criaram sentimentos, um já não fazia mais sexo com certas mulheres, meio que haviam escolhido as suas parceiras em definitivo, e os outros não poderiam tocar nas deles, nem vice-versa, foi um pacto que fizeram. Conseguiram ensinar seus idiomas para elas com o tempo. E logo já começava à aparecer as primeiras grávidas,e mais tarde as primeiras crianças da ilha. Mesmo tendo homens do ocidente, alguns até religiosos, muito dos pais estupravam suas filhas, e encaravam aquilo com normalidade, diferente de quando moravam no ocidente. As mães que vieram de tribos primitivas não gostavam nada daquilo. Só que nada nunca foi feito com relação a isso. Até que um ladrão transou com a filha de Killery, ele ficou sabendo, e tiveram uma briga feia logo depois. Nascia então a primeira briga daquela que era uma ilha totalmente pacifica. As coisas foram resolvidas, parcialmente, esqueceram a briga, mas pararam de se falar. Alguns dos homens já tinham uma família de cinco pessoas, como foi o caso de Killery, que já não se dava mais bem com outros homens da ilha, ou pelo que transou com sua filha, ou pelo filho mais velho de
Anquevis, que pegou sem pedir um javali que estava preso numa armadilha de caça de Killery, e comeu junto com seus outros irmãos. Killery então decide ir morar do outro lado da ilha, o lado norte, junto com sua família, se mudam para lá. Assim faz o seu irmão, o oficial, com a sua família, e os ladrões, vão para o outro lado da ilha, bastante distante dos outros que ficaram do lado Sul.

Ninguém deu muita importância para isso no inicio, acharam bom até, porque os filhos dos que estavam morando no lado norte, tinham uma educação diferente, das do que ficaram do lado sul, eram cristãos e um pouco conservadores. Gomero até havia sugerido a idéia de se criar uma escola para que todos tivessem a mesma educação, mas os moradores do lado norte tinham medo que seus filhos perdessem a identidade que haviam adquirido com os seus pais, e também a idéia da escola foi questionada por
Anquevis, que via que uma escola poderia ser mais um passo para a construção de um estado, como o que ele combatia no ocidente, ele era a favor da educação mas a achava inútil numa ilha sem leis, sem cultura, achava que os habitante dali só deveriam aprender a caçar e mais nada.


Às vezes os habitantes do lado norte viam os do lado sul, se cumprimentavam, mas não tinha mais nenhuma grande relação, até porque eram cada vez mais raros esse encontro, muitos já não se viam à meses, e depois de algum tempo chegaram a ficar anos sem se ver. O lado Norte, estava diferente, Killery, era um tipo de rei daquela parte, sua família e a de seu irmão oficial já havia se juntado com as dos dois ladrões, formando uma população de cento e dois habitantes. O Lado Norte que tinha
Anquevis, Gomero,Caim e um dos ladrões que não era mais aceito pelo seus amigos de quadrilha por ser homossexual e nem por Killery por ter feito sexo com um de seus filhos, tinha uma população bem menor que o lado norte, apenas sessenta pessoas. As coisas do lado sul não haviam mudado muito, continuava sem ter um governo, mas construíram uma escola, e demoliram a capela que tinha sido feita antigamente pelo os que hoje moram do lado norte.Os habitantes do lado sul tinham uma população menor muito em fato de Caim ser impossibilitado de gerar uma criança, mas o principal, é que todos daquele lado, sabiam que a ilha era pequena demais para habitar muitas pessoas, e isso poderia deixar os alimentos cada vez mais escassos. O lado norte não pensou nisso, e logo os animais e frutos daquela parte da ilha foram sumindo.


Killery, então, decide ir visitar o lado sul, cerca de trinta quilômetros afastava os dois lados, depois de vinte e sete anos sem contato com seus antigos amigos, foi muito bem recebido pelos habitantes de lá, e viu que eles tinham muito mais recursos que ele. A visita logo terminou e Killery ao voltar para o lado norte, começa a reunir seus homens e mulheres, avisando de uma invasão que irão fazer, à um lado inimigo. Os habitantes mais novos não sabem do que se trata esse inimigo, só ouvem falar coisas terríveis sobre eles, e as primeiras mães da ilha, que geraram as crianças do lado norte, foram mortas por Killery e seu irmão por estarem velhas e feias para gerar crianças, alem de não ajudarem na caça nem nas colheitas. Todos acreditam no seu líder, um senhor com o conhecimento de um mundo que eles não conhecem. Então se preparam para a invasão. Um dos ladrões mesmo depois de anos afastado dos seus amigos do lado sul, não gostou daquilo, e foi para o lado sul avisar aos habitantes de lá, da invasão que iria ocorrer. Todos ficaram com medo, a invasão iria acontecer na noite daquele dia , e eles não estavam tão preparados. E o ladrão observou que alem do numero de habitantes serem menor no lado sul, grande parte de sua população era formada por mulheres e crianças. Levavam uma grande desvantagem do lado norte que contava com vários homens maduros. Apressadamente eles decidem então colocar armadilhas no mato e deixar as mulheres e crianças abrigadas num lugar seguro, distante de suas casas. O lado norte então começa a invasão, o espantoso é que levaram para o combate as crianças e as mulheres, todos armados com lanças. Sabendo do sumiço do ladrão, Killery já sabia que ele já devia ter avisado para Caim e Cia da invasão que iria ter, e por isso mandava que as mulheres ou as crianças mais novas fossem na frente, para que caíssem nas armadilhas que possivelmente tinham nas florestas. Muitos foram mortos dessa forma. Mas o exercito de Killery ainda estava em grande vantagem. E então chegam ao litoral da ilha, onde travam o combate. Todos os homens do lado sul foram mortos. E mais tarde encontraram suas mulheres e crianças, mataram todos os deficientes, pois do lado norte os deficientes eram mortos logo quando nasciam, diferente do lado sul.

Logo a ilha voltou a se tornar uma só. Os que sobreviveram no lado sul, passaram a conviver junto com os que mataram suas famílias, não tinham direitos, e tinham os trabalhos mais pesados, para a satisfação da família de Killery.E também de Seu irmão, o ex-oficial militar no ocidente, que passou à entender porque Killery havia se tornado um assassino frio. Admirando-o por sua sabedoria.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A inexistencia do bem e do mal



O que leva alguem a estar no direito de condenar o outro?
O pior, dentro de uma sociedade onde acreditam (ou querem que acreitemos) que seremos condenados por algum Deus, demonios etc

O que teve de errado com o nazismo?
antes de tudo eu tenho total repúdio pelo nazismo, mas foi apenas mais uma forma de governo totalitarista, nem um pouco diferente a dos tempos modernos, a exemplo disso tivemos os EUA que mesmo tendo sido proibido pela ONU invadiu o Iraque por interesses pólitico-economicos, acho que vocês nem devem se lembrar direito do que ocorreu por lá porque pouco se foi falado, eu mesmo já havia esquecido, era jovem nessa epoca mas vi fotos e lembrei de tudo, fotos dos prisioneiros no Iraque sendo torturados por soldados norte americanos, obrigados a comer fezes, suportar torturas sem nenhum motivo apenas para a satisfação sádica dos soldados, essa nóticia foi comentada na época, mas não esta nos livros de história ou não virou história como holocausto nazista que já faz muito tempo hein? Mas até hoje é comentado como o lado mais podre do humano, ah podemos lembrar tambem o massacre do Carandiru, verdade que virou filme, mas não vejo sendo tão comentado e equiparado à atos de extrema violencia humana.

*
Desde 1945 os Estados Unidos tentaram derrubar mais de 50 governos estrangeiros.Nesse processo, os EUA causaram o fim da vida a vários MILHÕES de pessoas, e condenou muitos outros MILHÕES, passando por cima de qualquer lei da ONU e sem sofrer nenhuma punição até porque eles que tem o poder.

tudo isso foi so um inicio para verem que brutalidades que são equivalentes não são equiparadas quando não é de interesse do Estado, norte amercanos que adoram falar sobre o holocausto mas nunca comentam sobre seus genocidios em massa, suas colonizações imperialsitas, opressoras, e seu apoio ao estado de Israel, que por falar nisso nossos amigos judeus sonistas, que sofreram tanto com o tal do nazismo, hoje fazem uma verdadeira limpeza etnica com o povo mulçumano...

O único mal do planeta é a pólitica e o capitalismo, não podemos condenar um ladrão que roubou uma madame, ou um soldado que participou das tropas de Hittler, todos agem em função do Estado, no caso do soldade é diferente pois para ele toda e qualquer atrocidade que ele estivesse fazendo com outro humano fazia pate da mais completa normalidade, é ai que está, não temos moral alguma, seguimos tal coisa porque ta escrito assim e assado, um soldado que mata um civil sai como herói enquanto os que pegam em armas para defender sua familia de soldados são "terroristas", temos o medo de perder nossa liberdade ou nossa vida, por isso não cometemos certas infrações, e não porque temos uma "moral", moral essa que precisa de ameaças para nos manter dentro dela.

O que eu falo não é novidade e já foi comprovado cientificamente
http://en.wikipedia.org/wiki/Milgram_experiment
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Vou dar um pequeno resumo sobre o experimento de Milgram

Milgram realizou uma experiencia na qual ele falava com seus voluntarios que deveriam dar descargas de choque em um outro volutanrio ( esse sabia da armação), alguns deram as descargas, que iam aumentando cada vez mais á cada resposta errada do voluntario que encenava receber descargas chegava um momento em que falavam que não iriam mais continuar, mas milgram de uma sala dizia "Você deve continuar o experimento", o experimento foi realizado numa universidade de respeito, Milgram afirmava que não haveria nada de errado com o voluntario que dava as descargas, assim sendo 2/3 dos voluntarios chegaram ao nivél máximo da descarga eletrica, mesmo com o outro voluntario atordoando e pedindo para parar.
Alguns dos voluntários tremiam e suavam, enquanto alguns riam histericamente, mas continuaram a apertar o botão. Mais perturbador ainda: quando os voluntários não podiam ver nem ouvir o aprendiz a cooperação era de quase 100%. O que os olhos não vêem o coração não sente, afinal.


Sexismo

De um lado temos homens afirmando que mulheres são interesseiras e só servem para o sexo, de outro mulheres falando que homens só pensam no sexo e que tem usa-los para conseguir status, bens materiais.
Se lerem bem a citação acima perceberão que se tem um ciclo vicioso e sem fim onde um justifica a atitude do outro, um se sente ameaçado, tem medo de ser usado e com isso acha que é melhor magoar uma pessoas do que correr o risco de ser magoado, existe uma guerra fria entre os sexos, fálacias e mais fálacias baseadas em experiêcias anteriores frustradas ou no efeito dominó.

Um exemplo disso os homens numa roda entre seus camaradas, falam de mulheres como objeto, se um fala o outro que em casa é totalmente carinhoso com sua garota escuta e concorda com seu amigo, tem medo de passar vergonha, de não ser aceito e de demostrar sua sensibilidade, pois se criou um estereotipo no mundo masculino que para ser gay não tem que fazer relação sexual com outro homem basta ser sentimental ou mostrar compaixão.

No caso das mulheres as que tem relacionamentos quando conversam entre si falam de seus companheiros como se fossem cachorrinhos, adoram falar "quem manda em casa sou eu" e coisas do tipo, as que não falam recebem conselhos das amigas "não seja boba, bote pra fuder em cima dele.".

Eu já fui machista, por enchergar apenas o lado negativo por parte das mulheres, mas depois que vi quanta hipocrisia rodea os homens machistas tomei nojo extremo pelos dois.

O caso mais famoso da hipocrisia machista é a "mulher gostosa e jovem x velho barrigudo e rico"
detesto muito quando vejo isso, tratam senhores, celebridades cheios da fortuna como se fossem coitadinhos e ingenuos, como se eles não passasem de interesseiros, verdade que 99% desses casos é interesse por parte das mulheres, assim como 99% é dos homens, se a mulher ta com um sujeito pelo dinheiro, esse do dinheiro ta com ela por ela ser gostosa, é dificilimo ver algum rico com uma mulher fora do padrão de beleza ("feia"), porque? Tem tantas "feias" legais, por que eles não pegam elas? Ahhhh para com isso!
fora que aqueles que criticam a "interesseira", adorariam esta no lugar do "coitadinho"

A verdade é que todos assumem essa guerra para esconder sua próprias fraquezas, isso faz parte da sociedade preconceituosa, quando se sentem acuados buscam agredir o outro, achar que o problema de suas falhas está no outro e não nele em si, por isso à humanidade esta completamente perdida!




quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Anti-Música

Anti-Música é uma ideologia na qual se encaixam artistas que utilizam de barulhos e improvisação para se expressar musicalmente, chamando esse estilo musical de "noise". O que soa contraditório para alguns na verdade tem um sentido bem claro. Partindo do conceito de que música é arte em forma de sons, e arte é expressão, podemos levar em conta que até um grito de 3 segundos pode ser considerado música.

Por que o termo anti música então ?




Na sociedade em que vivemos as coisas estão cada vez mais embaladas, frias, sem sentimento, tem todo o sentido daquilo já escrito, ninguem pergunta o sentido real, o que tem por trás do que ouve e consome, se preocupam apenas em estarem inseridos em um grupo e com isso ganhar status. Se hoje surge um grande artista pop ,tocando músicas de sucesso instantâneo, porém passageiro, acham aquilo fantástico. O movimento anti música vai contra toda esta banalização do mercado fonográfico. São ruídos feitos com sinceridade, de alguem que não visa sucesso, e sim expressar seus sentimentos através da arte, fazendo o dadaismo, o subjetivismo e a subversão se sobrepor diante de emoções pérfidas que são controladas atraves de conceitos culturais estabelecidos para mera alegoria e manipulação da massa.


O pior ainda, são aqueles que não conseguem ter senso critico, nem capacidade para assimilar esse tipo de som, ou qualquer outro que não lhe é de agrado, e gostam de se intrometer nas preferências que os outros tem, mostrando que curtem música apenas por status social. Vem com perguntas idiotas do tipo: "Por que você não curte essa banda, ta mo sucesso", "por que você curte coisas desconhecidas?" "por que você ouve esses barulhos irritantes?"

Como foi dito pelo famoso músico por trás do Merzbow, Masami Akita, "Se com noise você quer dizer som desconfortável, então música pop é noise para mim.". Música noise não é barulho para seus ouvintes, mas certamente é "barulhenta", num sentido mais geral do termo.

Eu não condeno ninguem por gostar desses artistas pops que eu considero um verdadeiro lixo, assim como não tenho preconceito com sonoridades diferentes. Para mim cada som tem sua proposta e seu público, por isso não da para condena-los. Funk não foi feito para soar que nem mpb, rock não foi feito para soar como música clássica. Aceito tranquilamente ouvir estilos diferentes mesmo que a sonoridade não me agrade tanto, todavia a chave para quebrar o meu preconceito e me despertar interesse em ouvi-los é a IDEOLOGIA dos artistas, coisa que está extinta nesses grupos que só visam a fama.

Manifesto Grind

Este é um texto que eu readaptei da banda lord piggy, tirei alguns trechos que achei mal esclarecido e acrescentei mais informações que mostra o que para mim é o estilo musical que chega mais perto do perfeito se tratando de ideologia, sem dogmas pateticos e sem preocupação com estética ou com lucros financeiros, a mais pura essência da arte de se expressar através da música nas últimas décadas.



As bandas de grind e de qualquer subgênero dentro dele, não necessitam estar estampandas em revistas de metal ou fanzines de death metal bem impressos para terem o reconhecimento dos seus ouvintes. As bandas de Grind não se encontram dando autógrafos ou gravando DVDS de orçamento alto. O verdadeiro grindcore, hoje em dia é o ultimo resquício de música extrema realmente underground. Aonde as poses não habitam nem a individualidade competitiva, para ver quem tem o maior amplificador ou o som mais limpo, quem tem mais fãs e faz mais sucesso. Você não precisa se preocupar em fazer um som super técnico ou com uma brutalidade forçada, nem em vestir spykes, couro, ter moicano ou cabelos longos, um fã de grind que se preze não da importancia para essas questões

O Grindcore sub-existe entre mundo do hardcore e do death metal underground (mas realmente quando é mantido assim, ja que as bandas de death metal tendem à fama, turnês mirabolantes e os fãs ao “metal lyfestile” aonde as pessoas os adoram e os querem como deuses em uma fantasia capitalista e absurda). O Grindcore não tem imagem nem marca de roupas, o grindcore (e o ser fã do grindcore) é se manter com a mente aberta a distintos estilos de música extrema de qualquer época, assim como que recebe abertamente influências industriais, ou de jazz livre como se é escutado através de bandas em todas as épocas (inclusive o som blaster do grindcore e a forma de tocar a bateria, tem muito a ver com os primeiros avances de jazz livre no fina dos anos sessenta, recomendo amplamente explorarem o som de Ornette Coleman ou Albert Ayler para entender o que seria se uma banda de grind tocasse instrumentos de jazz ou escutar o “Torture Garden” de Naked City assim como Painkiller com o baterista original de Napalm)...


O grinder é livre de andar como quiser, de ser o que for sem as "frescuras" dos punk crust que querem que todos sejam vegetarianos e anarcos, ao grinder não importa ser fanático pelo terror e pelo sangue, existe os que apreciam a violência, coisas splatter, assim como há os socialmente concientes e os politicamente corretos, uma vez que no Grind há espaço para assuntos sérios como pólitica, ecologia, guerras, filosofia, sociedade, assim como tem pro humor e tambem para temas splatter, reclamamos contra o que não é comumente aceito, no entanto, é aberto para se expressar como quiser, por isso é violento e sujo, e é por isso que é underground e esperamos que se mantenha assim, ja que é pra isso que existe a música extrema, para não ser aceita pelas massas, nem ser boa e muito menos cair nos meios massivos de comunicação. O perigo no Rock'n roll como devia ser, a tão falada rebeldia e a falta de respeito pela autoridade se perdeu hoje em dia no mundo da música extrema. Hoje em dia podemos ir à Amazon.com e encontrar a banda mais diabólica de Black metal e o grindcore (Hoje em dia ajudado por espaços cibernéticos como o Myspace, já que a troca de k7 desapareceu em algum ponto dos anos 90) o que todavia se encontrava de boca em boca, como nos velhos tempos (aqui não contam as bandas que se dizem grind e aparecem na Relapse, Nuclear Blast ou Century Media). Assim como nunca vai ouvir um grinder discriminar o outro por não ter um “uniforme grinder”, por andar careca, por comer carne, por não possuir camisetas com o logo mais ilegivel que se possa existir... Pelo contrário, o grind se abre a novos sons e técnicas, sempre quando se mantenha a essência do que é realmente obscuro, contracultural e underground.